domingo, 18 de abril de 2010

A singularidade do diálogo.

Esta semana tive uma experiência interessante e acredito que pude tirar uma lição sobre as limitações e dificuldades de transferir com precisão uma idéia, por mais simples que ela possa parecer...

Pensando sobre o que houve observei a dificuldade de se estabelecer um diálogo eficaz, pois dialogar é diferente de falar e ouvir tanto quanto é distinto ouvir e compreender

Em uma negociação difícil e desgastante percebi que muitas vezes temos que ter a paciência necessária para esperar que as pessoas possam digerir novas idéias, que isso leva um tempo mais ou menos longo (no meu caso 3 dias) e por mais que elas (as idéias) possam ser boas do nosso ponto de vista, ainda assim nada disso importa se a outra parte não compreender...

Observei que ainda neste caso há uma variável curiosa, poderíamos até invocar o Princípio da incerteza de Heisenberg para explicar as alterações que ocorreram no pensamento de meu interlocutor, porque superficialmente eu queria expor uma idéia e ouvir a opinião dele (observação) mais percebi que na verdade eu alterara seu pensamento (interferência) por que este simples pensamente transmitido procurava convencer ele de que minha idéia (ou opinião) era melhor (ou mais elaborada) do que a que ele tinha naquele momento o que gerou o conflito e por mais que eu estivesse propondo algo para melhorar a situação dele (do meu ponto de vista) isto estava longe da percepção dele, logo tive que não só esperar a opinião mais também convencer ele disso e ai vem o diálogo-conflito.

Tive a maravilhosa oportunidade de exercitar alguns ensinamentos que tratam justamente do diálogo e os conflitos que advêm dele, pois em uma conversa bi-direcional (onde ambas as partes tem o direito de opinião e fala), temos que ter o cuidado de enquanto estamos transmitindo a idéia fazer isso assumindo o ponto de vista do nosso interlocutor e procurar sempre ter a certeza de que a nossa idéia está sendo verdadeiramente compreendida e curiosamente observar que quando nosso interlocutor fala, igualmente temos que nos posicionar tentando verdadeiramente entender o que ele conseguiu entender na realidade (do ponto de vista dele), pois sem isso corremos um grande risco de que o entendimento não se estabeleça de fato o que da margem para as conversas “subentendidas” onde uma parte acha que foi clara e a outra fingem que compreendeu e concorda, mais que quando os resultados não aparecem ai cada um invoca a “sua versão da conversa”.

Assim no fim das contas é sempre nossa a responsabilidade para um diálogo verdadeiramente eficaz.

Um comentário:

Unknown disse...

Brilhante!!! Mas, o difícil mesmo é qdo há controvérsia, dúvidas, falta de clareza num dos interlocutores, qdo o diálogo evapora e só o convencimento tenta persuadir.