Ontem à noite eu caminhava pela
rua.
Somente o clarão da lua.
Testemunha de minha dor.
Fruto das lembranças do passado.
De um sentimento recordado, pela
distancia de um grande amor.
A rua estava tão fria e nas
sombras desertas e vazias.
Eu vi sentado aquele menino.
Seu rosto triste e abatido, olhar
distante e perdido como se estivesse a sonhar.
Então, comovido pela emoção eu
segurei a sua mão e ele começou a falar.
Moço eu não tenho pai nem mãe
também.
Vivo só sem ninguém, como se fosse
um bicho.
As pessoas dizem que não presto,
se me dão comida é o resto, o que dariam para o cachorro.
As vezes sozinho eu penso, que
neste mundo eu pertenço ao que se chama
de lixo.
Então ele se levantou e sem mais,
me disse adeus.
Ele foi caminhando pela rua e na
escuridão da lua nas trevas ele sumiu.
Hoje vivo só e arrependido, por
ter deixado meu caminho, nas trevas da aflição.
E por mais que doa a separação,
vou lembrar sempre da aflição.
Dos olhos daquele menino.
E assim percebo meu mundo, que é
completo e profundo por todo s amor que tenho.
E quando a tristeza me toma e
aflito eu me encontro.
Vejo que no mundo, a sempre um mal
profundo.
Maior que minha aflição.
E todas as vezes que eu chorar.
Sempre vou lembrar...
Lembrar, daquele menino...